Diante de vendas antecipadas apenas razoáveis, às vésperas do show, a produtora responsável por trazer a turnê "MDNA" (do álbum homônimo, lançado em 2012) ao Brasil reduziu os preços dos ingressos de pista de R$ 360 para R$ 200. A estratégia funcionou e, se os 90 mil ingressos colocados à venda não esgotaram, pelo menos a cantora se apresentou para uma arena bastante cheia.
Desde cedo, nas longas filas de acesso ao Parque dos Atletas, era possível ver uma audiência que parecia acompanhar a artista há mais tempo, formada em grande parte por trintões e quarentões comportados – apenas uma ou outra fã temporã arriscou um look inspirado em algum figurino da cantora. O público gay, fiel seguidor da cantora, também compareceu em massa ao show, como acontece em qualquer cidade por onde ela passa.
O show, previsto para as 20h, só começou mesmo às 23h. A espera, no entanto, valeu a pena. "MDNA" é um espetáculo muito mais próximo de ser classificado como um musical da Broadway super dimensionado do que como um show de música pop. Tudo é mega. A abertura leva ao palco dançarinos cantores vestidos de monge, um incensário gigante e uma espécie de confessionário, de onde Madonna saiu para subjugar seus fieis.
A produção é tão grande que a música, a propósito, acaba ficando em segundo plano. Madonna às vezes canta, em outras se rende ao playback. E em duas ou três músicas arranha uma guitarra, mas nada que impressione. Antes de atacar “Turn Up the Radio”, a artista arriscou em português, para o público: “Está prontos?” (sic). E emendou, em inglês: “Vocês se lembram do que nós combinamos durante a passagem de som?”, em referência ao fato da passagem de som ter sido feita já com os portões abertos.
Em “Open Your Heart”, surgiram na plateia os indefectíveis balões vermelhos em forma de coração. Em seguida, Madonna não aguentou e reclamou do calor, misturando inglês, português e espanhol: “It’s hot! Muito, muito caliente. I love the baloons! I love to be in Rio and I love Brazil. Thank you very much, motherfuckers!”, gritou, para delírio do público.
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